ENTENDENDO A SÍRIA
INTRODUÇÃO
Há alguns dias, desde que a cidade de Aleppo, na Síria, foi reconquistada pelas forçs leais a Bashar Al-Assad das mãos de supostos rebeldes, muitas notícias acusando os soldados de Bashar e as forças armadas russas de estupro tem ''pipocado'' nas redes sociais, sendo compartilhadas de modo gratuito e inconsequente por diversas pessoas.
Resolvi ler as matérias que foram compartilhadas, especialmente aquelas sobre famílias que estariam pedindo autorização para matar filhas ou mulheres que estaria se suicidando pra não serem vítimas de estupro na cidade de Aleppo, na Síria. Há que se questionar também se essas famílias, que estaria matando ou intentando matar suas filhas apenas ante a possibilidade de elas serem estupradas, não estaria sendo tão cruéis ou piores do que estes possíveis estupradores.
Me chamou atenção o fato de que as reportagens não forneciam fontes sobre conseguiram suas informações. Nenhum dos canais de notícias que as veicularam tinham jornalistas como correspondentes na Síria. A maioria estava compartilhando notícias que se originaram de jornais estadunidenses, como os da FOX, CBS, CNN, ou britanicos, como BBC.
Em todas as resportagens que li (publicadas em sites da Globo, do Globo, do Terra, do Catraca Livre, etc) diziam que a veracidade dos dados apresentados não poderia ser confirmada, pois todas haviam sido colhidas de perfis no Twitter e no Facebook, cuja legitimidade é questionável, especialmente a tal carta de uma enfermeira que teria supostamente se suicidado para não ser estuprada.
Por isso, continuo absolutamente descrente dessas notícias e sigo apoiando as forças ligadas a Bashar al-Assad que bravamente reconquistaram a cidade de Aleppo que estava há cerca de 1 ano sob controle de extremistas muçulmanos.
PARTE 1
De 1516 até 1918 a região do Oriente Médio, na Ásia, onde hoje encontram-se países como Síria, Jordania, Israel, Palestina e Líbano era denominada pelo nome genérico de Levante, e fazia parte dos domínios do Império Otomano, que durou, por seu turno, de 1299 a 1922.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918 e a posterior dissolução de vários impérios até então existentes, como o Otomano, a região do Levante, bem como o restante do Oriente Médio, tornou-se alvo da disputa das potencias vencedoras desse conflito: Inglaterra e França, principalmente, além dos EUA, secundariamente.
A parte que hoje corresponde a Israel e Palestina, que desde o ano 135 d.C. era conhecida como Syria Palestina, passou em 1922 para o controle ingles, no que ficou conhecido como o Mandato Britanico na Palestina. Este, por seu turno, duraria até 1948, quando foi criado o Estado de Israel.
A Síria, como como o estado-nação que conhecemos hoje, surgiu somente em 1946. De 1918 até esta data ela fazia parte do chamado Mandato Frances da Síria. Essa partilha do Oriente Médio entre franceses e britanicos se deu por meio de acordos como Sykes-Picott, por exemplo, e tratados como o de San Remo. De sua independencia em relação ao domínio frances, até o ano de 1971, a Síria passou por um período turbulento, onde diversos Golpes de Estado se sucederam.
Em 1958, após a população da Síria e do Egito decidirem por meio de um plebiscito, os 2 países se uniram formando um único país, com território não-contíguo, chamado República Árabe Unida. Em 1961 um golpe de estado na Síria divide os 2 países e proclama a República Árabe da Síria. Em 1963 o partido Baath assume o poder após um golpe, proclamando a República Popular da Síria, e dá início a profundas reformas sociais e economicas do país.
Em 1967 a Síria, junto com outros países árabes, envolve-se na Guerra dos Seis Dias, contra Israel. Em 1970 o general Hafiz al-Assad, pai de Bashar al-Assad, membro do partido Baath, dá um golpe e assume o poder, no qual permaneceria até o ano 2000. Em 1973, novamente, na Guerra do Yom Kippur, também contra Israel. Em 1979 o partido Baath tenta unificar Síria e Iraque, que, por sua vez, era governado pelo também Baathista Saddam Husseim.
Em 1980 a Síria tenta unir-se, desta vez, com a Líbia de Muamar Gadaffi. A partir de então o país entra em uma fase de estabilidade economica e social, sob o governo de Hafiz que, por ser um muçulmano Xiita alauita, promove em seu país um governo secularista, laico, diferente de países como, por exemplo, a Arábia Saudita, onde a família real, os Saud, são muçulmanos Sunitas wahhabitas, que se opõem ao secularismo, são contra a laicidade, e praticam um governo orientado pelos preceitos do Islã, impondo inclusive a Sharia como lei.
Bashar al-Assad assumiu o poder em 2000 após a morte de seu pai, Hafiz. Em 27 de maio de 2007 Bashar al-Assad convocou um referendo no qual 97% da população votou pela permanencia dele no poder. A partir de 2010 inicia-se uma onda de protestos em diversos países do Oriente Médio e do norte da África, que ficou conhecida como ''Primavera Árabe''. Na Síria esses protestos atingem seu ápice em 2011, quando começa um revolta armada de grupos contrários ao governo de Bashar.
Em 2013 o grupo ISIS, ou Estado Islamico do Levante e do Iraque, é proclamado e, portanto, dado como oficialmente criado. Ele é formado principalmente por insurgentes e rebeldes iraquianos, sendo uma consequencia direta da invasão do Iraque pelos EUA em 2003.
Atualmente, 3 grupos se enfrentam na Síria:
1 - A República Árabe da Síria, formada pelas forças armadas da Síria, pela milícia Shabiha Síria, pelo partido Baath da Síria, pela Guarda Revolucionária do Irã, pela milícia Basij do Irã, pelo grupo Hezbollah do Líbano, pelas milícias Xiitas do Iraque, e pelas forças armadas de países que apoiam o governo de Bashar al-Assad, como Rússia, Bielorrússia, Iraque e Coréia do Norte. Este grupo totaliza cerca de 355 mil combatentes.
2 - Coalização Nacional da Síria, formada pelo exército livre da Síria, pela Frente Revolucionária da Síria, pelo Fatah Halab, pela frente Al-Nusra, pelo exército Mujahideen, pela frente Islamica, pelas Forças Democráticas Sírias, pelos curdos iraquianos e pelos PKKs, e por militares dos EUA, de seus aliados na região, como Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, além de Inglaterra, França e Reino Unido. Este grupo soma cerca de 200 mil combatentes.
3 - O ISIS ou EI, que é uma organização islamica, de vertente sunita wahhabita, de caráter jihadista, e que de 2011 até 2013 fazia parte do 2º grupo, mas depois se ''rebelou''. Somam cerca de 100 mil combatentes e são financiados por países como Arábia Saudita, por exemplo.
PARTE 2
Os principais aliados dos EUA no Oriente Médio são Arábia Saudita, o Catar e os Emirados Árabes Unidos. Ambas a nações são monarquias absolutistas islamicas. A Arábia Saudita é governada pela dinastia dos Saud. O Catar é governado pela dinastia dos Al-Thani.
Os Emirados Árabes Unidos são ''principados'', como, por exemplo, Monaco e Luxemburgo, na Europa, pois o Emir equivale ao título de Príncipe, enquanto que Califa corresponde a um Rei, como o caso do Khalifa bin Hamad Al-Thani, rei do Catar. São 7 os emirados: Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah. Cada um é governado por um Emir.
Tanto na Arábia Saudita, quanto no Catar, ou nos Emirados, as famílias reais são compostas por muçulmanos, da vertente sunita, mas adeptos da corrente ideológica mais radical, conservadora e fundamentalista do Islã, o Wahhabismo. Acontece que o ISIS ou Estado Islamico é formado exclusivamente por muçulmanos sunitas wahhabitas. Eles perseguem, capturam e matam não apenas ateus, cristãos, judeus, ou pessoas de outras religiões, mas também muçulmanos de outras vertentes.
Em 2012 documentos do Ministério do Exterior da Arábia Saudita ''vazaram'' graças ao trabalho de gente como John Snowden e Julian Assange. Um desses documentos revelava que o rei saudita ofereceu liberdade a cerca de 1.017 prisioneiros, acusados de homicídio e estupro, além de uma pensão vitalícia aos seus familiares, caso eles decidissem se juntar aos jihadistas (isto é, quem adere à Jihad, ou ''Guerra Santa'') na Síria, que lutavam contra Bashar al-Assad, ou seja, ao ISIS, a Al Qaeda e outros grupos terroristas que, quando atendem aos interesses dos EUA, não são chamados de terroristas, mas de rebeldes ou revolucionários.
A família Saud, este ano, doou cerca de 25 milhões de dólares para a Fundação Clinton, ajudando a financiar a campanha de Hillary à presidencia dos EUA. Em seus discursos enquanto candidata, Hillary afirmou diversas vezes que, se eleita, faria de tudo para derrubar Bashar al-Assad. Isso porque países como a Síria e o Irã (também classificado como inimigo pelos EUA) há decadas se recusam a fazer o ''joguinho'' dos EUA e de outras potencias ocidentais, fazendo o papel de meros fornecedores de petróleo barato para essas nações.
Allepo era uma importante cidade síria que estava sobre controle desses radicais islamicos e que essa semana foi reconquistada pelos soldados leais a Bashar al-Assad, que pertence à vertente muçulama Xiita alauíta, que é uma das mais tolerantes, defendendo inclusive um governo laico e secularista. Agora, se voces acreditam que os EUA querem derrubar Bashar porque ele seja um ditador ou para levar a democracia à Síria, voces estão completamente equivocados. E se acreditam nas notícias falsas veiculadas por canais de noticia financiados pelos EUA, sobre ''mulheres se suicidando para não serem estupradas'', voces estão equivocados e sendo enganados também.
FONTES:
ARMSTRONG, Karen. Em Nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
KAMEL, Ali. Sobre o Islã: a afinidade entre muçulmanos, judeus e cristãos e as origens do terrorismo.
PIAZZA, Valdomiro Otávio. Religiões da Humanidade. São Paulo: Edições Loyola,1977.
RASHID, Ahmed, Jihad: a ascenção do islamismo militante na Ásia Central. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
Há alguns dias, desde que a cidade de Aleppo, na Síria, foi reconquistada pelas forçs leais a Bashar Al-Assad das mãos de supostos rebeldes, muitas notícias acusando os soldados de Bashar e as forças armadas russas de estupro tem ''pipocado'' nas redes sociais, sendo compartilhadas de modo gratuito e inconsequente por diversas pessoas.
Resolvi ler as matérias que foram compartilhadas, especialmente aquelas sobre famílias que estariam pedindo autorização para matar filhas ou mulheres que estaria se suicidando pra não serem vítimas de estupro na cidade de Aleppo, na Síria. Há que se questionar também se essas famílias, que estaria matando ou intentando matar suas filhas apenas ante a possibilidade de elas serem estupradas, não estaria sendo tão cruéis ou piores do que estes possíveis estupradores.
Me chamou atenção o fato de que as reportagens não forneciam fontes sobre conseguiram suas informações. Nenhum dos canais de notícias que as veicularam tinham jornalistas como correspondentes na Síria. A maioria estava compartilhando notícias que se originaram de jornais estadunidenses, como os da FOX, CBS, CNN, ou britanicos, como BBC.
Em todas as resportagens que li (publicadas em sites da Globo, do Globo, do Terra, do Catraca Livre, etc) diziam que a veracidade dos dados apresentados não poderia ser confirmada, pois todas haviam sido colhidas de perfis no Twitter e no Facebook, cuja legitimidade é questionável, especialmente a tal carta de uma enfermeira que teria supostamente se suicidado para não ser estuprada.
Por isso, continuo absolutamente descrente dessas notícias e sigo apoiando as forças ligadas a Bashar al-Assad que bravamente reconquistaram a cidade de Aleppo que estava há cerca de 1 ano sob controle de extremistas muçulmanos.
PARTE 1
De 1516 até 1918 a região do Oriente Médio, na Ásia, onde hoje encontram-se países como Síria, Jordania, Israel, Palestina e Líbano era denominada pelo nome genérico de Levante, e fazia parte dos domínios do Império Otomano, que durou, por seu turno, de 1299 a 1922.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918 e a posterior dissolução de vários impérios até então existentes, como o Otomano, a região do Levante, bem como o restante do Oriente Médio, tornou-se alvo da disputa das potencias vencedoras desse conflito: Inglaterra e França, principalmente, além dos EUA, secundariamente.
A parte que hoje corresponde a Israel e Palestina, que desde o ano 135 d.C. era conhecida como Syria Palestina, passou em 1922 para o controle ingles, no que ficou conhecido como o Mandato Britanico na Palestina. Este, por seu turno, duraria até 1948, quando foi criado o Estado de Israel.
A Síria, como como o estado-nação que conhecemos hoje, surgiu somente em 1946. De 1918 até esta data ela fazia parte do chamado Mandato Frances da Síria. Essa partilha do Oriente Médio entre franceses e britanicos se deu por meio de acordos como Sykes-Picott, por exemplo, e tratados como o de San Remo. De sua independencia em relação ao domínio frances, até o ano de 1971, a Síria passou por um período turbulento, onde diversos Golpes de Estado se sucederam.
Em 1958, após a população da Síria e do Egito decidirem por meio de um plebiscito, os 2 países se uniram formando um único país, com território não-contíguo, chamado República Árabe Unida. Em 1961 um golpe de estado na Síria divide os 2 países e proclama a República Árabe da Síria. Em 1963 o partido Baath assume o poder após um golpe, proclamando a República Popular da Síria, e dá início a profundas reformas sociais e economicas do país.
Em 1967 a Síria, junto com outros países árabes, envolve-se na Guerra dos Seis Dias, contra Israel. Em 1970 o general Hafiz al-Assad, pai de Bashar al-Assad, membro do partido Baath, dá um golpe e assume o poder, no qual permaneceria até o ano 2000. Em 1973, novamente, na Guerra do Yom Kippur, também contra Israel. Em 1979 o partido Baath tenta unificar Síria e Iraque, que, por sua vez, era governado pelo também Baathista Saddam Husseim.
Em 1980 a Síria tenta unir-se, desta vez, com a Líbia de Muamar Gadaffi. A partir de então o país entra em uma fase de estabilidade economica e social, sob o governo de Hafiz que, por ser um muçulmano Xiita alauita, promove em seu país um governo secularista, laico, diferente de países como, por exemplo, a Arábia Saudita, onde a família real, os Saud, são muçulmanos Sunitas wahhabitas, que se opõem ao secularismo, são contra a laicidade, e praticam um governo orientado pelos preceitos do Islã, impondo inclusive a Sharia como lei.
Bashar al-Assad assumiu o poder em 2000 após a morte de seu pai, Hafiz. Em 27 de maio de 2007 Bashar al-Assad convocou um referendo no qual 97% da população votou pela permanencia dele no poder. A partir de 2010 inicia-se uma onda de protestos em diversos países do Oriente Médio e do norte da África, que ficou conhecida como ''Primavera Árabe''. Na Síria esses protestos atingem seu ápice em 2011, quando começa um revolta armada de grupos contrários ao governo de Bashar.
Em 2013 o grupo ISIS, ou Estado Islamico do Levante e do Iraque, é proclamado e, portanto, dado como oficialmente criado. Ele é formado principalmente por insurgentes e rebeldes iraquianos, sendo uma consequencia direta da invasão do Iraque pelos EUA em 2003.
Atualmente, 3 grupos se enfrentam na Síria:
1 - A República Árabe da Síria, formada pelas forças armadas da Síria, pela milícia Shabiha Síria, pelo partido Baath da Síria, pela Guarda Revolucionária do Irã, pela milícia Basij do Irã, pelo grupo Hezbollah do Líbano, pelas milícias Xiitas do Iraque, e pelas forças armadas de países que apoiam o governo de Bashar al-Assad, como Rússia, Bielorrússia, Iraque e Coréia do Norte. Este grupo totaliza cerca de 355 mil combatentes.
2 - Coalização Nacional da Síria, formada pelo exército livre da Síria, pela Frente Revolucionária da Síria, pelo Fatah Halab, pela frente Al-Nusra, pelo exército Mujahideen, pela frente Islamica, pelas Forças Democráticas Sírias, pelos curdos iraquianos e pelos PKKs, e por militares dos EUA, de seus aliados na região, como Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, além de Inglaterra, França e Reino Unido. Este grupo soma cerca de 200 mil combatentes.
3 - O ISIS ou EI, que é uma organização islamica, de vertente sunita wahhabita, de caráter jihadista, e que de 2011 até 2013 fazia parte do 2º grupo, mas depois se ''rebelou''. Somam cerca de 100 mil combatentes e são financiados por países como Arábia Saudita, por exemplo.
PARTE 2
Os principais aliados dos EUA no Oriente Médio são Arábia Saudita, o Catar e os Emirados Árabes Unidos. Ambas a nações são monarquias absolutistas islamicas. A Arábia Saudita é governada pela dinastia dos Saud. O Catar é governado pela dinastia dos Al-Thani.
Os Emirados Árabes Unidos são ''principados'', como, por exemplo, Monaco e Luxemburgo, na Europa, pois o Emir equivale ao título de Príncipe, enquanto que Califa corresponde a um Rei, como o caso do Khalifa bin Hamad Al-Thani, rei do Catar. São 7 os emirados: Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah. Cada um é governado por um Emir.
Tanto na Arábia Saudita, quanto no Catar, ou nos Emirados, as famílias reais são compostas por muçulmanos, da vertente sunita, mas adeptos da corrente ideológica mais radical, conservadora e fundamentalista do Islã, o Wahhabismo. Acontece que o ISIS ou Estado Islamico é formado exclusivamente por muçulmanos sunitas wahhabitas. Eles perseguem, capturam e matam não apenas ateus, cristãos, judeus, ou pessoas de outras religiões, mas também muçulmanos de outras vertentes.
Em 2012 documentos do Ministério do Exterior da Arábia Saudita ''vazaram'' graças ao trabalho de gente como John Snowden e Julian Assange. Um desses documentos revelava que o rei saudita ofereceu liberdade a cerca de 1.017 prisioneiros, acusados de homicídio e estupro, além de uma pensão vitalícia aos seus familiares, caso eles decidissem se juntar aos jihadistas (isto é, quem adere à Jihad, ou ''Guerra Santa'') na Síria, que lutavam contra Bashar al-Assad, ou seja, ao ISIS, a Al Qaeda e outros grupos terroristas que, quando atendem aos interesses dos EUA, não são chamados de terroristas, mas de rebeldes ou revolucionários.
A família Saud, este ano, doou cerca de 25 milhões de dólares para a Fundação Clinton, ajudando a financiar a campanha de Hillary à presidencia dos EUA. Em seus discursos enquanto candidata, Hillary afirmou diversas vezes que, se eleita, faria de tudo para derrubar Bashar al-Assad. Isso porque países como a Síria e o Irã (também classificado como inimigo pelos EUA) há decadas se recusam a fazer o ''joguinho'' dos EUA e de outras potencias ocidentais, fazendo o papel de meros fornecedores de petróleo barato para essas nações.
Allepo era uma importante cidade síria que estava sobre controle desses radicais islamicos e que essa semana foi reconquistada pelos soldados leais a Bashar al-Assad, que pertence à vertente muçulama Xiita alauíta, que é uma das mais tolerantes, defendendo inclusive um governo laico e secularista. Agora, se voces acreditam que os EUA querem derrubar Bashar porque ele seja um ditador ou para levar a democracia à Síria, voces estão completamente equivocados. E se acreditam nas notícias falsas veiculadas por canais de noticia financiados pelos EUA, sobre ''mulheres se suicidando para não serem estupradas'', voces estão equivocados e sendo enganados também.
FONTES:
ARMSTRONG, Karen. Em Nome de Deus: o fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
KAMEL, Ali. Sobre o Islã: a afinidade entre muçulmanos, judeus e cristãos e as origens do terrorismo.
PIAZZA, Valdomiro Otávio. Religiões da Humanidade. São Paulo: Edições Loyola,1977.
RASHID, Ahmed, Jihad: a ascenção do islamismo militante na Ásia Central. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
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