NAZISMO ERA DE DIREITA

Em seu livro Mein Kampf, Hitler escreveu páginas e mais páginas criticando Marx, dizendo que o Marxismo e o Comunismo era pragas, que o verdadeiro socialismo não era o de Marx, o Socialismo Científico, mas o dele, o Nacional Socialismo.

O simples fato de o Nazismo ser centrado numa noção de desigualdade, já faz dele um falso Socialismo, pois o Socialismo, quando surgiu no contexto da Revolução Francesa, defendia (na verdade, pregava) exatamente a igualdade. Daí o lema da revolução expresso nas cores da bandeira da França: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Porém, até mesmo esta liberdade, essa igualdade e essa fraternidade era defendida para poucos. Os socialistas franceses, não dispostos a romper com o Capitalismo que então florescia, não apoiaram Toussaint Louverture e os negros haitianos quando estes se revoltaram contra a escravidão imposta pelos seus colonizadores. O Haiti, até então, havia sido colônia da França.

O Nazismo, ao contrário, pregava categoricamente a desigualdade quando afirmava a superioridade da raça germânica/ariana sobre todas as raças e tinham como meta a implantação de uma sociedade (alemã, apenas, ou seja, igualdade, mas só entre eles) sem classes que seria mantida às custas da exploração das outras raças, como os judeus, os latinos, os negros, etc.

Algumas citações que refutam a afirmação de que Bolsonaro não poderia ser classificado como fascista pelo fato de defender o Estado Mínimo e a iniciativa privada. Fascismo e Liberalismo tem mais similaridades do que muitos pensam.

Em seu discurso a favor da propriedade e da iniciativa privadas em 23 de março de 1933, Hitler mostrava o caráter anti-socialista e anti-marxista de seu partido e de sua ideologia:

"Basicamente, o governo defenderá os interesses do povo alemão não por meio do desvio da burocracia econômica organizada pelo Estado, mas pelo mais forte incentivo à iniciativa privada sob reconhecimento da propriedade privada." (HITLER, Adolf)

"Nós lutamos pela propriedade privada... nós protegeremos a iniciativa privada como a mais eficiente, ou mais realista, forma de ordem econômica." (HILTER, Adolf)

O mesmo vale para o Mussolini, que diversas vezes reiterou sua defesa de um Estado aos moldes do Estado Mínimo Neoliberal: "Queremos retirar do Estado todos os seus poderes econômicos. Basta de ferroviários estatais, carteiros estatais, seguradores estatais. Basta desse Estado mantido à custa dos contribuintes e pondo em risco as exauridas finanças do Estado italiano." (MUSSOLINI, Benito)

Isso não é nem nunca será um socialismo. O nazismo e o fascismo são ideologias de extrema-direita, que prega a supremacia dos povos arianos europeus sobre todos os demais. Isso é escravismo a nível global e está sendo colocado em prática aos poucos, só que pelos EUA e, o mesmo medo que, séculos atrás a burguesia escravista tinha do Haitianismo, hoje os burgueses de nosso tempo tem em relação aos Comunistas.

Quando aconteceu a  Revolução Russa, em 1918, o país estava imerso na Primeira Guerra Mundial, lutando ao lado da França e da Inglaterra, contra os Impérios Alemão, Austro-Húngaro e Turco-Otomano. Quando o czar foi derrubado e os bolcheviques assumiram o poder, eles perderam imediatamente o apoio das outras nações aliadas. Nessa época o Nazismo ainda não havia sido criado e Hitler era apenas um soldado raso alemão.

Após a revolução bolchevique de 1917,tropas inglesas, holandesas, americanas e japonesas desembarcaram tanto nas regiões ocidentais (Crimeia e Geórgia) como nas orientais (ocupação de Vladivostok e da Sibéria Oriental) para tentar derrubar o governo comunista. Além disso, os exército vermelho teve que enfrentar o Exército polonês, os Exércitos Brancos de Denikin, Kolchak, Yudenich e Wrangel, e o Exército Negro de Nestor Makhno, além do o nacionalista Exército Verde, exércitos separatistas como o Exército Azul. Invadiram porque eram potências capitalistas e imperialistas, dominadas por fétidas burguesias que não estavam dispostas a permitir a ascensão do proletariado ao poder na Rússia, temendo que isso levasse à uma série de revoluções em outros países, colocando seu poder em risco.

Os russos entraram na Primeira Guerra sem a menor condição de participar dela, dada a precariedade de seu exército. O tratado de Brest-Litovski, que os russos precisaram assinar com os alemães para sair do conflito sem represálias, fez com que eles tivessem de ceder os territórios da Finlândia, dos Países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), da Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como de alguns distritos turcos e georgianos antes sob seu domínio.

O que muita gente se esquece é que em 1938, foi assinado o Acordo de Munique entre Adolf Hitler (Chanceler da  Alemanha), Neville Chamberlain (Primeiro-Ministro da Inglaterra), Édouard Daladier (líder francês) e Benito Mussolini (ditador da  Itália). Nesse acordo os países se comprometiam a entregar aos nazistas o controle total da Checoslováquia, caso Hitler prometesse que este seria sua última reivindicação territorial.

Quando Hitler começou a invadir e anexar países Europeus, os soviéticos não tinha como se defender caso ele resolvesse invadir a URSS. Por isso foi assinado o tratado de Ribentrop-Molotov. Stalin assinou o tratado porque precisava ganhar tempo. Era um tratado de não-agressão, não uma aliança militar. Pior do que a assinatura desse tratado foi o acordo assinado entre Hitler o primeiro-ministro britânico Chamberlain, no qual o controle da Tchecoslováquia foi cedido aos alemães sem o menor esforço.

Quando a Alemanha Nazista e a União Soviética assinaram o Acordo de Não-Agressão em 1939, conhecido como Pacto Ribbentrop-Molotov, a disparidade militar entre as duas nações era tremenda. A Alemanha, que vinha se re-armando  desde 1933, possuía um poder bélico superior ao dos soviéticos.  Assinar o tratado era, portanto, vital para a manutenção do regime comunista na URSS, uma vez que, se houvesse um ataque alemão naquele momento, os soviéticos não conseguiriam se defender. Estavam despreparados.

Tal acordo durou até 1941 e, durante o período em que ele vigorou, Stalin colocou em curso o 3º Plano Quinquenal, por meio do qual a produção de aço soviética passou de 4 pra 18 milhões de toneladas, enquanto a de carvão passou de 50 para 160 milhões de toneladas. Com isso, o país pode se preparar, construindo tanques, barcos e produzindo armas. Por isso, acusar os soviéticos de serem "aliados" dos nazistas, afirmando que eles deram carta branca para que a Alemanha invadisse a Polônia e a França, revela ignorância histórica, falta de compreensão de contexto geopolítico e ausência de dialética.

Quando em 1941 os alemães quebraram o  acordo e iniciaram sem aviso a invasão da URSS por meio da Operação Barbarossa, os soviético já estavam preparados e, por isso, puderam triunfar sobre os nazistas. Se, posteriormente, os nazistas foram derrotados na Segunda Guerra, isto deve-se a Stalin, ao exército vermelho e ao general Zukhov, que, nas batalhas de Kursk e Stalingrado impuseram-se gloriosa e heroicamente sobre as falanges nazistas. Forçando os alemães a recuarem e seguindo-os em sua retaguarda, os soviéticos foram os primeiros dentre os Aliados a chegar em Berlim, subjugando definitivamente as forças nazistas. Não fossem as derrotas alemãs na frente soviética, especialmente nas batalhas de Stalingrado e Kursk, a história hoje seria bem diferente.

Não foram os EUA que derrotaram o nazismo. Tivessem os nazistas triunfado nas batalhas de Stalingrado e Kursk, em vez de derrotados pelos bravos soldados soviéticos, a história hoje seria muito diferente. E foi o exército vermelho o primeiro a invadir a Alemanha e a tomar Berlim, colocando os sonhos do "Reich de Mil Anos" e seus arquitetos na lata de lixo da história.

Fontes:
CARSTEN, Francis L. - A Ascensão do Fascismo, University of Californa Press.
HOBSBAWN, Eric. A Era dos Extremos.
MARTENS, Ludo. Stalin - Um outro olhar.
SASSON, Donald. Mussolini e a Ascenção do Fascismo.

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