EM DEFESA DA FAMÍLIA TRADICIONAL?
A tão falada defesa da família tradicional tem sido a principal bandeira defendida pelas vertentes mais conservadoras - e porque não dizer, reacionárias - de nossa sociedade. Porém essa, como as demais bandeiras defendida por eles, é notadamente desprovida de sólida fundamentação lógica, factual e racional.
A tal família tradicional, composta pelas figuras do pai, da mãe e dos filhos, já, há muito tempo, não é predominante. O Censo de 2010 mostrou que, hoje, os casais sem filhos, as pessoas morando sozinhas, famílias homoafetivas, mães sozinhas com filhos, pais sozinhos com filhos, amigos morando juntos, netos morando com avós, famílias mosaico, constituem a maioria, formando 19 laços de parentesco.
A formação clássica, casal com filhos, deixou de predominar. Segundo dados do IBGE representam, em 2010, 49,9%. Há 30 anos atrás, eram 75%. O último Censo mostra ainda que o número percentual de casais sem filhos passou de 14,9%, em 2000, para 20,2%, em 2010, considerando o total de famílias. O índice registrado há dois anos representa aproximadamente 9 milhões de casais. Mais de 6 milhões de mulheres moram sozinhas com um ou mais filhos (12,2%), enquanto os homens menos de 900 mil nesse quesito (1,8%).
Considerando as áreas urbanas e rurais, a diferença entre o percentual de famílias com mulheres que criam sozinhas um ou mais filhos é praticamente o dobro: 13,1% estão na cidade, e 6,7% no campo. Já em relação aos homens, a situação é inversa: 1,9% estão situadas no campo, dois pontos percentuais a mais em relação a áreas urbanas.
Por isso, digo sem medo que não sou à favor da família da família tradicional, pois, além de não defender estruturas arcaicas, sou à favor da diversidade, e tenho consciência de que aquilo que funciona para alguns, não necessariamente funcionará para outros. Dizer que apenas filhos criados nessas "famílias tradicionais" é que serão saudáveis e bem sucedidos, é uma afirmação estúpida, desvinculada na realidade e preconceituosa. Também, dizer que filhos criados por casais homossexuais serão influenciados a seguir a homossexualidade é uma afirmação ridícula e que engendra uma contradição: se essa lógica fosse legítima, então todas as crianças criadas por casais heterossexuais também seriam heterossexuais.
Quero, ainda, reforçar mais uma vez aqui que sexo e sexualidade são coisas distintas. Primeiro, que o sexo não é apenas masculino e feminino, pois existem, por exemplo, os hermafroditas que apresentam as duas estruturas sexuais. Segundo, que sexualidade é algo muito amplo, e as possibilidades não se restringem apenas à dicotomia Hetero X Homo. Sexo é um condição natural com a qual se nasce. Sexualidade é também uma condição natural que se descobre. O que se escolhe é assumir ou não essa sexualidade.
Por fim, quero deixar claro que sou a favor do amor, da felicidade e da diversidade, e que cada um encontre seu modo. Que as crenças de cada um sejam usadas apenas para orientar e balizar a vida daqueles que as possuem.
A tal família tradicional, composta pelas figuras do pai, da mãe e dos filhos, já, há muito tempo, não é predominante. O Censo de 2010 mostrou que, hoje, os casais sem filhos, as pessoas morando sozinhas, famílias homoafetivas, mães sozinhas com filhos, pais sozinhos com filhos, amigos morando juntos, netos morando com avós, famílias mosaico, constituem a maioria, formando 19 laços de parentesco.
A formação clássica, casal com filhos, deixou de predominar. Segundo dados do IBGE representam, em 2010, 49,9%. Há 30 anos atrás, eram 75%. O último Censo mostra ainda que o número percentual de casais sem filhos passou de 14,9%, em 2000, para 20,2%, em 2010, considerando o total de famílias. O índice registrado há dois anos representa aproximadamente 9 milhões de casais. Mais de 6 milhões de mulheres moram sozinhas com um ou mais filhos (12,2%), enquanto os homens menos de 900 mil nesse quesito (1,8%).
Considerando as áreas urbanas e rurais, a diferença entre o percentual de famílias com mulheres que criam sozinhas um ou mais filhos é praticamente o dobro: 13,1% estão na cidade, e 6,7% no campo. Já em relação aos homens, a situação é inversa: 1,9% estão situadas no campo, dois pontos percentuais a mais em relação a áreas urbanas.
Por isso, digo sem medo que não sou à favor da família da família tradicional, pois, além de não defender estruturas arcaicas, sou à favor da diversidade, e tenho consciência de que aquilo que funciona para alguns, não necessariamente funcionará para outros. Dizer que apenas filhos criados nessas "famílias tradicionais" é que serão saudáveis e bem sucedidos, é uma afirmação estúpida, desvinculada na realidade e preconceituosa. Também, dizer que filhos criados por casais homossexuais serão influenciados a seguir a homossexualidade é uma afirmação ridícula e que engendra uma contradição: se essa lógica fosse legítima, então todas as crianças criadas por casais heterossexuais também seriam heterossexuais.
Quero, ainda, reforçar mais uma vez aqui que sexo e sexualidade são coisas distintas. Primeiro, que o sexo não é apenas masculino e feminino, pois existem, por exemplo, os hermafroditas que apresentam as duas estruturas sexuais. Segundo, que sexualidade é algo muito amplo, e as possibilidades não se restringem apenas à dicotomia Hetero X Homo. Sexo é um condição natural com a qual se nasce. Sexualidade é também uma condição natural que se descobre. O que se escolhe é assumir ou não essa sexualidade.
Por fim, quero deixar claro que sou a favor do amor, da felicidade e da diversidade, e que cada um encontre seu modo. Que as crenças de cada um sejam usadas apenas para orientar e balizar a vida daqueles que as possuem.
Comentários
Postar um comentário