FARSA DO HOLODOMOR

UR DUR... COMUNISMO MATOU ZILHÕES...

A fome de 1931-1932, não foi causada pelo Estado soviético, nem foi planejada ou premeditada por Stalin. Primeiro, porque não morreram apenas ucranianos, mas também russos, bielorrussos e cazaques. Os camponeses ricos da Ucrânia, que exploravam a mão de obra  do campesinato local, opondo-se à coletivização. Os próprios kulaks, que haviam enriquecido com a NEP de Lenin, recusaram-se a colher os frutos e grãos, principalmente depois que muitos camponeses sem-terra optaram  por migrar para outras regiões da União Soviética, trabalhando em fazendas coletivas (as kolkhoses), em vez de ficar naquela região, sendo explorados.

Grupos de extrema-direita anti-comunistas, como a Organização Militar Ucraniana, atearam fogo nas suas plantações, atiraram nos rebanhos, matando animais, com o intuito de sabotar o processo de coletivização. Haviam, à época, 10 milhões de “kulaks”, para uma população camponesa total de 120 milhões de pessoas. Cerca de 1 milhão e 800 mil deles, por causa da pressão dos kulaks, optaram por migrar para outras localidades.

Toda mentira sobre o Holdomor começou quando William Randolph Hearst, magnata da imprensa estadunidense, conhecido antes da Segunda Guerra como "o fascista nº1 da América", viajou para Alemanha em 1934, cerca de 1 ano depois da ascensão de Hitler ao poder. Nessa viagem ele travou contato principalmente com Alfred Rosenberg, ideólogo do Partido Nazista, que, terminada a Segunda Guerra (1945), acabou  julgado e executado no Tribunal de Nuremberg por crimes contra a humanidade.

No ano seguinte à viagem (1935), os jornais de Hearst começaram a espalhar a farsa do “holocausto ucraniano”. Hearst havia começado sua vida como empresário em 1887 após assumir o controle do jornal The San Francisco Examiner, que era do seu pai. Se mudando para Nova Iorque, ele comprou o The New York Journal e criou então a noção de "imprensa marrom", sendo por isso considerado "o pai do sensacionalismo". Neste ínterim, entrou em uma guerra de negócios com Joseph Pulitzer (já ouviu falar no Prêmio Pulitzer?), dono do New York World.



Porém, foi Walter Dushnyck, um colaborador dos nazistas e terrorista da “Organização Militar Ucraniana” (que apoiou os nazistas quando estes ocuparam parte da Ucrània em 1941), o homem por trás da farsa. Dushnyck refugiou-se nos EUA após a II Guerra, onde publicou o livro "50 anos atrás: o Holocausto de Fome na Ucrânia" (50 Years Ago: The Famine Holocaust in Ukraine, 1983), um panfleto repleto de referências nazistas, incluindo a capa, como uma caveira branca sobre uma foice e um martelo vermelhos: um dos temas favoritos dos posters hitleristas. Este livro continha as fotos do "genocídio ucraniano” publicadas originalmente no jornal de Hitler, o “Völkischer Beobachter” e nos de seu apoiador americano, William Randolph Hearst (cuja vida inspirou o filme Cidadão Kane).

Cabe lembrar que Hearst tinha estreita relação com o senador  Joseph McCarthy, sendo um dos nomes fortes por trás do movimento de  "caça  aos comunistas" iniciado por ele na década de 1950, no que ficou conhecido como Macarthismo. Por meio do Comitê de Atividades Anti-Americanas, McCarthy liderou um comitiva inquisitorial que perseguiu qualquer que tivesse a mínima conexão com o marxismo, como o roteirista Dalton Trumbo, os diretoires Edward Dmytryk, John Huston e Orson Welles (que Hearst fez de tudo para derrubar quando este lançou Cidadão Kane), os atores Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Gregory Peck, Katharine Hepburn, Kirk Douglas, Burt Lancaster, Gene Kelly e até mesmo Frank Sinatra.

Outro responsável por disseminar essas mentiras sobre a URSS foi o escritor Robert Conquest, nos livros O Grande Terror (The Great Terror, 1968) e Colheita Amarga (The Harvest of Sorrow, 1986). O que poucos sabem é que Conquest trabalhou até meados da década de 50 para o Information Research Department (Departamento de Pesquisa de Informação), um organismo secreto do Foreign Office (Ministério dos Negócios Estrangeiros) criado em 1948 pelo governo trabalhista para estudar o comunismo e combater ativamente a sua influência interna e externamente, promovendo um eficaz relacionamento com jornalistas dos principais jornais, dirigentes sindicais, etc. Datam desse tempo os seus primeiros textos sobre a União Soviética.

Robert Conquest, para escrever seu livro, teve como ajudante James Mace que, assim como  Nicolas Werth (organizador do "Livro negro do comunismo”), adotaram um método estatístico falho criado por Dushnyck para "medir" a quantidade de mortos na fome de 1931-32. O método de Dushnyck pode ser avaliado pelo seguinte trecho de seu livro: “tomando os dados do censo de 1926 e os do censo de 1939 e a média de aumento [da população] antes da coletivização (2.36% ao ano), podemos calcular que a Ucrânia perdeu 7 milhões e 500 mil pessoas entre os dois censos”. Logo, ele conclui que esses seriam os mortos de fome entre 1932 e 1933.

O método de Dushnyc apresenta outras falhas:
1) Ignorar o fato de que uma parte da população que no censo de 1926 era classificada como ucraniana – cerca de 2 a 3 milhões de cossacos – foi,no censo de 1939, reclassificada como russa, pela simples razão de que viviam da Rússia e não na Ucrânia.

2)  Pressupor que, entre 1926 e 1939 ninguém morreu de outra causa que não a fome, como frio, pneumonia, velhice, etc.

3) Ignorar que na URSS e outros países, durante esse período, ocorreram duas grandes epidemias tifo e malária, ambas sem tratamento conhecido na época.

4) Pressupor que o número de mulheres na idade reprodutiva e com vida sexual ativa tivesse se mantido inalterado no período.

5) Ignorar as mortes na guerra e as quedas nas taxas de natalidade e fecundidade entre 1914 (início da I Guerra Mundial) e 1921 (fim da Guerra Civil).

6) Pressupor que a taxa de natalidade permaneceu constante durante os 13 anos em que a URSS passou por uma extraordinária transformação, com industrialização pesada sendo realizada, a reforma agrária por meio da coletivização da agricultura, além da preparação da defesa do país para a guerra, passos indispensáveis para a construção do socialismo.

Ou seja, pelo método de Dushnyck, adotado por outros autores como Robert Conquest e Nicolas Werth, a transformação da União Soviética, de país agrário a potencia industrial, bem com a passagem pela Guerra Civil (1918-1921) e pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945), não teria afetado a taxa de natalidade. Em conseqüência dessa falha metodológica pessoas que nunca nasceram foram considerados mortas em genocídio que nunca se provou. Pois a taxa de natalidade, evidentemente, caiu entre 1926 e 1939 – e caiu significativamente.

Segundo Dushynck e os seguidores de seu método, teriam morrido 10 milhões de pessoas na fome de 1931-1932. Todavia, Rússia, Ucrânia e muitos países do mundo, até meados do século XX, quando se consolidou a chamada "Revolução Verde", enfrentavam crises periódicas de fome. Entre 1891 e 1892, no Império Russo, governado pelo czarismo, a fome matou entre 13 e 35 milhões de pessoas, em decorrência, além das técnicas precárias de cultivo, do rigoroso inverno no qual as temperaturas chegaram a -31º C.

CRISES DE FOME

Outra acusação de genocídio feita pelos anti-comunista refere-se à fome ocorrida na China entre 1958 e 1962, durante o programa de coletivização realizado por Mao Tsé-Tung (o comunismo foi implantado na China em 1951), na qual teriam morrido cerca de 45 milhões de chineses. Ocorre que a China também passara, ao longo dos séculos anteriores, por crises periódicas de fome, como, por exemplo, entre 1936 e 1935, quando morreram cerca de 5 milhões de chineses; entre 1928 e 1930, quando estima-se que morreram 3 milhões pessoas; entre 1850 e 1873, quando teriam morrido aproximadamente 60 milhões de pessoas; e entre 1810 e 1811, quando o número de mortos teria sido de 45 milhões.

Um fato não pode ser esquecido: depois dos processos de coletivização e modernização do campo, na URSS e na China, empreendidos por Stalin e Mao, nos respectivos países não ocorreram outras crises de fome.



EXEMPLOS DE GENOCÍDIOS VERDADEIROS

Considerando que, como é consenso entre boa parte dos historiadores, o Capitalismo começou no século XVI, nas Grandes Navegações que propiciam a expansão ultramarina das potências europeias, e o enriquecimento de suas respectivas burguesias pela intensificação do comércio (de escravos, por exemplo) e da produção que isso gerou. O capitalismo teve então 4 fases: Capitalismo Comercial ou Mercantilismo, Capitalismo Industrial, Capitalismo Financeiro e a atual fase do Capitalismo Técnico-Científico ou Informacional.

A Índia, que foi colônia britânica de 1858 até 1947, passou por diversas crises de fome, como, por exemplo,, entre 1876 a 1878, na qual morreram cerca de 10,3 milhões de pessoas, depois entre 1943 e 1944, na qual estima-se que morreram 3,5 milhões de pessoas. Entre 1845 e 1849, cerca de 500 mil irlandeses morreram na chamada "Grande Fome". Na época toda a Irlanda era dominada pelos britânicos.

Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), Inglaterra, França, Alemanha causaram a morte de 10 milhões de pessoas. Em 1864 o Império Russo exterminou 1,5 milhão de circassianos.

Entre 1899 e 1913, EUA e Inglaterra, durante a Guerra Hispano-Americana, invadiram as Filipinas, matando 16.000 rebeldes e 1 milhão de civis.

Entre os séculos XVI e XIX os estadunidenses mataram aproximadamente 23 milhões de indígenas. O momento mais dramático desse genocídio de povos ameríndios se deu entre 1831 e 1838, quando as tribos Cherokee, Chicksaw, Creek, Cochtaw e Seminole foram expulsas de suas terras no sudoeste dos EUA, pelo governo. Na época o presidente dos EUA era Andrew Jackson. Centenas de escravos e negros libertos que viviam com os índios forma expulsos com eles. Todos foram obrigados a migrar para uma reserva criada pelo governo, onde atualmente fica o estado de Oklahoma. Escoltados por tropas do exército, impedidos de retornar, os índios foram forçados a fazer todo o percurso a pé, que ficou conhecido como Trilha das Lágrimas. Estima-se que tenham morrido cerca de 6 mil indígenas durante a longa migração forçada. Além dos australianos que exterminaram mais de 300 mil aborígenes na Guerra Negra (1828 1 832). Apenas na Noite de Cape Grim foram mortos 30 mil aborígenes.

Na Guerra do Vietnã, os EUA jogaram cerca de 500 toneladas de bombas por dia, totalizando, ao final da guerra, 2,4 milhões de toneladas, a grande maioria contra alvos civis, como aldeias e vilarejos. Os EUA mataram entre 1,1 milhão de vietnamitas e 3 milhões de mortos apenas para "livrar" o Vietnã da "ameaça comunista". Ameaça essa na qual muitos imbecis ainda acreditam.

Outras fontes:
BLACK, Edwin. A IBM e o Holocausto.
DAVIS, Marion. The Times we Had: life with William Randolf Hearst
DIAMOND, Jared. Armas, Germes, Aço: o destino das sociedades humanas.
LEONHARD, Wolfgang. O Futuro da União Soviética.
LOSURDO, Domenico. Stalin: história e crítica de uma lenda negra.
MARTENS, Ludo. Stalin: um novo olhar.
NASAN, David. The Chief: the life of William Randolf Hearst
STRONG, Anna L. A Era Stalin.
PROCTER, Ben. William Randolf Hearst: the early years (1863-1910)
PROCTER, Ben. William Randolf Hearst: the later years (1911-1951)
TOTTLE, Douglas. Fraude, Fome e Fascismo.

Comentários

  1. Sim, é fake news!!! Assim como os milhões de corpos encontrados em milhares de cemitérios clandestinos!!! Tudo photoshop! Em 1935...

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  2. Criminalização do comunismo, já!

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