MERCANTILISMO E ABSOLUTISMO
Qual é a relação existente entre o Mercantilismo, entendido como conjunto de idéias e práticas político-econômicas surgida entre o Feudalismo e o Capitalismo, e o Absolutismo, por sua vez definido como uma re-elaboração de um aparelho feudal de dominação das massas camponesas?
Em termos gerais, pode-se afirmar que no regime Absolutista, os recursos do Estado, como matérias-primas, bens manufaturados, e o capital financeiro, eram controlados – como tudo o mais – pela monarquia. As atividades econômicas dependiam da produção e comercialização de matérias-primas, como o algodão, a lã, o arroz, o açúcar, dentre outros. O direito de produção e/ou exploração destes recursos eram convertidos ou transformados em monopólios, que a monarquia concedia (vendia, na verdade) à uma minoria, chamada de burguesia financeira. Desse modo, os recursos financeiros – isto é, o capital – daí oriundos não eram de modo algum repassados ao povo, ficando sob o controle da realeza. Assim, o poder do Rei se fortalecia à medida que ele enriquecia a si e às elites às custas de exploração das riquezas nacionais e do empobrecimento das camadas mais baixas da sociedade. Além disso, o alto valor das mercadorias repassado à população gerava descontentamento, levando, assim, classes como a burguesia comercial a se opor ao Rei. Isso criava uma situação onde uma revolta popular era iminente, pois o crescente descontentamento de uma parcela significativa da população que era explorada e esquecida colocava a nobreza e as classes privilegiadas numa posição instável, embora elas não acreditassem que um povo pobre e faminto poderia ameaçar o seu poder.
O Absolutismo era uma versão maquiada do antigo aparelho feudal de estratificação social, onde a principal função do poder real era manter as classes camponesas sob o julgo das elites, como os donos de terra e a burguesia financeira, dona de alguns monopólios. No Mercantilismo, a produção em geral, principalmente a agrícola, era desmerecida, ao contrário da comercialização, que era valorizada, uma vez que se considerava mais importante produzir-se pouco e vender-se a um alto preço, e menos proveitoso produzir-se muito vendendo-se a um preço mais baixo.
O aumento da margem de lucro dependia de um fator: redução nos custos de produção. Isto era conseguido através de medidas como redução dos salários daqueles que trabalhavam nas etapas de produção, como camponeses e artesãos. A possibilidade de fazê-lo através de algum investimento nos meios de produção que levasse ao desenvolvimento de tecnologias que facilitassem a produção era descartada. Assim, o lucro obtido beneficiava as burguesia e a nobreza, ao custo da exploração das massas. Esta estrutura e este sistema, sabe-se, eram também a fonte do poder absoluto do Rei.
A preferência por comercializar poucos artigos a preços altos, acima mencionada, evitava a criação de grandes excedentes, pois temia-se que estes tornassem-se estoques invendáveis. Este fator, associado aos baixos salários pagos aos trabalhadores de base, restringiam o acesso de grande parte da população à certos bens de consumo, e, por conseqüência, à qualquer possibilidade de ascensão social. Com isso, também o Mercantilismo acabava contribuindo para a manutenção daquelas estruturas sociais, função primordial do próprio Absolutismo.
A concessão real de monopólios eliminava qualquer possibilidade de concorrência, o que, diretamente, impedia a queda dos preços das mercadorias, tronando-se, assim mais um fator de manutenção de uma estrutura social e econômica que favorecia politicamente – ao menos temporariamente – o regime Absolutista.
Em resumo, as mesmas estruturas que aliavam o Mercantilismo ao Absolutismo e que asseguravam sua manutenção, foram ironicamente, aquelas que, levando as massas a se insurgirem, causaram o fim de ambos.
Em termos gerais, pode-se afirmar que no regime Absolutista, os recursos do Estado, como matérias-primas, bens manufaturados, e o capital financeiro, eram controlados – como tudo o mais – pela monarquia. As atividades econômicas dependiam da produção e comercialização de matérias-primas, como o algodão, a lã, o arroz, o açúcar, dentre outros. O direito de produção e/ou exploração destes recursos eram convertidos ou transformados em monopólios, que a monarquia concedia (vendia, na verdade) à uma minoria, chamada de burguesia financeira. Desse modo, os recursos financeiros – isto é, o capital – daí oriundos não eram de modo algum repassados ao povo, ficando sob o controle da realeza. Assim, o poder do Rei se fortalecia à medida que ele enriquecia a si e às elites às custas de exploração das riquezas nacionais e do empobrecimento das camadas mais baixas da sociedade. Além disso, o alto valor das mercadorias repassado à população gerava descontentamento, levando, assim, classes como a burguesia comercial a se opor ao Rei. Isso criava uma situação onde uma revolta popular era iminente, pois o crescente descontentamento de uma parcela significativa da população que era explorada e esquecida colocava a nobreza e as classes privilegiadas numa posição instável, embora elas não acreditassem que um povo pobre e faminto poderia ameaçar o seu poder.
O Absolutismo era uma versão maquiada do antigo aparelho feudal de estratificação social, onde a principal função do poder real era manter as classes camponesas sob o julgo das elites, como os donos de terra e a burguesia financeira, dona de alguns monopólios. No Mercantilismo, a produção em geral, principalmente a agrícola, era desmerecida, ao contrário da comercialização, que era valorizada, uma vez que se considerava mais importante produzir-se pouco e vender-se a um alto preço, e menos proveitoso produzir-se muito vendendo-se a um preço mais baixo.
O aumento da margem de lucro dependia de um fator: redução nos custos de produção. Isto era conseguido através de medidas como redução dos salários daqueles que trabalhavam nas etapas de produção, como camponeses e artesãos. A possibilidade de fazê-lo através de algum investimento nos meios de produção que levasse ao desenvolvimento de tecnologias que facilitassem a produção era descartada. Assim, o lucro obtido beneficiava as burguesia e a nobreza, ao custo da exploração das massas. Esta estrutura e este sistema, sabe-se, eram também a fonte do poder absoluto do Rei.
A preferência por comercializar poucos artigos a preços altos, acima mencionada, evitava a criação de grandes excedentes, pois temia-se que estes tornassem-se estoques invendáveis. Este fator, associado aos baixos salários pagos aos trabalhadores de base, restringiam o acesso de grande parte da população à certos bens de consumo, e, por conseqüência, à qualquer possibilidade de ascensão social. Com isso, também o Mercantilismo acabava contribuindo para a manutenção daquelas estruturas sociais, função primordial do próprio Absolutismo.
A concessão real de monopólios eliminava qualquer possibilidade de concorrência, o que, diretamente, impedia a queda dos preços das mercadorias, tronando-se, assim mais um fator de manutenção de uma estrutura social e econômica que favorecia politicamente – ao menos temporariamente – o regime Absolutista.
Em resumo, as mesmas estruturas que aliavam o Mercantilismo ao Absolutismo e que asseguravam sua manutenção, foram ironicamente, aquelas que, levando as massas a se insurgirem, causaram o fim de ambos.
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